A Raposa e o Vampiro
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- Prólogo:
- Prólogo: Um novo nomeO primeiro golpe foi uma surpresa realmente apavorante, era forte e rápido. O elfo conseguiu desviar e acertou um chute na cara do oponente que apenas cambaleou para trás, era um nórdico. O homem agarrou seu machado de batalha e pulou na direção do elfo da floresta, que sacou seu arco e atirou uma flecha no peito do homem, perfurando o coração. O corpo caiu no lugar que o Bosmer estava no mesmo momento em que ele desviou, eram quatro nórdicos, e um já estava morto.
O Bosmer guardou seu arco e sacou suas duas adagas, partindo em direção ao segundo nórdico, que o esperava com uma espada e um escudo, o homem repeliu o elfo com o escudo, jogando-o no chão, sua espada zuniu quando o golpe foi desferido no pescoço da criatura, que escapou por centímetros. Foram apenas dois segundos que o elfo teve para pensar e isso foi o suficiente para ele atirar uma de suas adagas contra a testa do nórdico, que cambaleou para trás gritando de dor, ele atirou a espada para cima e caiu no chão gritando, por alguma ironia do destino a espada caiu reta, dando uma estocada na cabeça do próprio dono. Os outros dois nórdicos observavam de longe com calma, um deles utilizava um arco dourado cheio de adornos e pedras preciosas, o outro segurava um cajado que brilhava constantemente com uma luz vermelha ofuscante.
As flechas começaram a ser atiradas junto com magias realmente assustadoras que explodiam em fumaça ao encontrar com o solo da arena. Uma das flechas acertou o ombro do bosmer, fazendo-o grunhir e pular para trás, sacou seu arco enquanto desviava dos ataques, seu primeiro tiro foi contra o mago, que usou uma magia de defesa e fez a flecha voar longe, para a plateia. O segundo tiro foi nos pés do arqueiro, fazendo-o pular para trás aturdido com o fato de parecer que o oponente estava brincando. Essa pequena hesitação foi o suficiente para o bosmer atirar três flechas, duas delas acertaram ambas as mãos do inimigo, a outra acertou sua cintura fazendo com que o sangue saísse aos montes, matando o arqueiro nórdico.
Uma explosão cor de vinho jogou o Elfo contra um dos pilares da arena, que rachou e quebrou-se com tamanho impacto, o mago chorava de raiva e medo. O elfo usou um feitiço de invisibilidade, uma técnica aprendida com assassinos da Irmandade Sombria, sumindo da vista do oponente. A plateia começou a se indignar e logo começaram a praguejar, o mago olhava para todos os lados, assustado. Quando um sorriso formou-se em seus lábios e ele pensou que o elfo havia desistido, sangue jorrou de seu pescoço inundando a arena de cor vermelha.
“FOUR! FOUR! FOUR! FOUR! FOUR! FOUR! FOUR! FOUR! FOUR! FOUR! FOUR! FOUR!” exclamava uma plateia enlouquecida com as habilidades do mais novo campeão da arena, Four.
Uma Raposa ao Luar
- C.1:
- Capitulo 1 – Uma Raposa ao LuarFazia-se quase duzentos longos anos que Four ganhou seu nome após enfrentar quatro nórdicos em uma justa oficial da Arena. Após o combate ele ganhou muito dinheiro e viajou muito, até chegar em Skyrim. A viagem era realmente turbulenta mas o ápice do problema aconteceu quando sua caravana foi atacada por vampiros, não como os que você conhece, eram vampiros de imenso poder, que arrancavam cabeças com apenas um pequeno movimentar de suas mãos, esses vampiros torturaram Four, fazendo-o se tornar o que é hoje, um monstro. Ele fugiu das garras de seu maior inimigo, Harkon, tornando-se um elfo independente, um vampiro que trabalhava apenas para aqueles que o pagavam dinheiro. Normalmente ele trabalhava para os Jarls que o recompensavam quando ele trazia cabeças de bandidos que se abrigavam perto de suas cidades. A única recompensa que ele realmente exigia era uma cama, mulheres e vinho.
Agora ele viajava para Riften, ele carregava consigo algumas moedas na sua mochila, que compartilhavam espaço com uma cabeça de um Redguard, deixando sua velha mochila de couro imunda com o sangue do homem morto. Uma aljava de flechas ocupava sua cintura, e em suas costas ele carregava um enorme arco negro com adornos vermelhos, tinha deixado suas adagas na taverna que estava hospedado na cidadezinha dos ladrões pois não via necessidade de um confronto corpo a corpo contra simples bandidos estúpidos.
A cidade já podia ser vista no horizonte, o elfo começou a calcular e decidiu que em menos de três horas já estaria no portão quando foi surpreendido por uma raposa. Bem, não era uma simples raposa.
Seu pelo prateado era idêntico ao cabelo do vampiro, que abismado observava a beleza da criatura. O animal deveria ter o tamanho de um urso, sua pelagem prateada refletia a luz das luas no céu daquelas frias terras e se misturava com a neve tão branca quanto algodão, sua boca estava suja de um sangue vermelho que pingava na neve, aderindo uma cor rosa e fraca para si. Seus esguios olhos vermelhos fitaram Four de uma forma tão sábia e inteligente que o elfo hesitou e deu um passo para trás.
- Olá – uma voz feminina e sensual invadiu a cabeça do assassino, deixando-o boquiaberto com a situação.
- Eu devo pensar que vieste do reino infernal de Oblivion, mas como uma criatura tão bela poderia pertencer a tal lugar?
- Não, não! Você está enganado meu amigo – disse a voz feminina, que agora assumia um tom infantil – mas eu acredito que sua viagem é até Riften, posso leva-lo até lá um pouco mais rápido se quiser.
O elfo obviamente associou o favor a uma armadilha, então recusou a viagem ao balançar levemente a cabeça. A raposa baixou sua cabeça e a sacudiu, mostrando certo desprezo.
- Você já parou para pensar que se eu quisesse te matar já o teria feito? – perguntou ela, mostrando o quão convencida a criatura poderia ser.
- É um argumento válido, mas me diga a razão de você querer me fazer esse pequeno favor – falou Four, que agora tinha se recomposto.
- Bem, digamos que eu precisa viajar para um lugar e para isso preciso de proteção de um bravo guerreiro, você mostrou-se completamente capaz ao matar todos aqueles homens sem em ao mesmo ser visto e eu gostaria de esconder minha identidade – a voz retumbou na sua cabeça com nervosismo, o tom que antes era sábio agora parecia de uma menina de dezesseis anos que deseja algo.
- Eu normalmente recusaria, mas tenho que admitir que você me deixa intrigado, tenho certas dúvidas sobre sua verdadeira natureza, e olhe que sou um vampiro! – disse o bosmer sarcasticamente – mas ajudarei você, se no final eu for recompensado.
- Uma grande recompensa para um grande ato de coragem – murmurou a voz, com dignidade – está fechado, suba em minhas costas.
Meia-hora, esse foi o tempo que eles levaram em uma viagem rápida e apressada, o galope da raposa era tão rápido e tão potente que fez Four sentir-se um pouco enjoado, era uma viagem um pouco turbulenta. Próximo a cidade ela mandou ele sair de suas costas, pois ela ia se esconder.
- Você tem um dia para aproveitar sua estadia na cidade dos ladrões, beba e faça sexo meu amigo, pois nossa viagem vai ser longa e eu duvido que encontre uma mulher para comer no caminho – comentou a raposa, com ironia na sua bela voz.
O elfo entrou na cidade rapidamente e correu para o quarto da Jarl, que acordou desprevenida e completamente assustada ao ver a sombria figura do assassino em sua enorme cama quente e coberta de peles. A cabeça do bandido rolou nas cobertas e a mulher olhou-a com nojo, mas logo abriu um sorriso.
- Na gaveta atrás de você, pegue o quanto quiser! Esse maldito baderneiro tinha acabado com a festa de aniversário de meu filho ao matar um de seus amigos alguns anos atrás! – disse ela, virando-se para voltar a dormir. O fato é que os Jarls confiavam em Four a muito tempo, pois o mesmo serviu à justiça de Skyrim desde que fugiu das garras de Harkon. O elfo era astuto, ele deitou na cama da mulher e abraçou-a, sussurrando em seu ouvido.
- Que tal uma noite um pouco mais divertida? - perguntou o vampiro, mordendo de leve a orelha da mulher, que entregou-se a sedução e a lábia do elfo.
Após deixar a mulher saciada o vampiro se dirigiu para a taverna, ele sentou em uma mesa e viu dois homens paquerando duas mulheres, sorriu para si mesmo e decidiu escutar o conselho da raposa.
- Com licença minhas jovens, mas eu devo acreditar que as duas são solteiras e desacompanhadas, certo? – perguntou ele, com seus olhos brilhando em uma cor amarela e assustadora.
Ambas concordaram, fazendo os homens se irritarem e ficarem vermelhos de pura raiva. Sem falar nada o primeiro disparou seu punho contra Four, que foi capaz de o parar apenas ao levantar a mão. O outro investiu contra o mesmo, mas o chute que o Bosmer deu em seu peito levantou-o e fez ele cair no chão em posição fetal, chorando de tanta dor.
- Eu me pergunto se vocês gostariam de ir ao meu quarto e beber um pouco de vinho com este andarilho, estou um pouco cansado da viagem e tenho muitos assuntos a tratar com jovens de tão inestimada beleza!
Antes do início do dia o vampiro saiu da taverna, ele estava alegre com sua pequena estadia na cidade, por isso procurou a raposa prateada com toda boa vontade do mundo. Ele logo ouviu o chamado em sua cabeça:
- Estou aqui! – disse ela.
Encontro-a deitada atrás de uma enorme pedra que a protegia do Sol, ele a olhou intrigado. Ela exalava um cheiro que o vampiro conhecia muito bem, um cheiro de cachorro molhado, mas era um fedor tão repugnante que ele hesitou.
- Você tem um cheiro esquisito, sabia? – perguntou ele, dando um passo para trás. Antes ele não tinha percebido pois estava maravilhado com a beleza da criatura, mas o dia o deixava alarmado para perigos e esse cheiro lembrava-o de algo que ele sofria constantemente.
- Raposas são parentes dos lobos, se você quer saber. Você é um vampiro, soube disso o momento que pus os olhos em você, mas não acho que deva se preocupar, não existe nenhum motivo para sermos hostis um com o outro – disse ela.
Four mencionou subir nas costas da raposa novamente, mas ela abocanhou a perna do vampiro rapidamente. Ela rosnou como um lobo.
- Não tente fazer isso novamente! – Grunhiu ela – àquela hora foi apenas uma troca de favores, não gosto de ser tratada como um animal, compre um cavalo!
Four não comprou um cavalo, mas ele foi aos estábulos de Riften e chamou Shadowmere. O som de cascos surgiu do além e logo o cavalo apareceu na frente de seu cavaleiro. Era enorme e negro, sua crina esvoaçava fumaça escura com o vento, o mesmo acontecia com sua cauda, seus olhos brilhavam e um tom vermelho tão intenso que lembrava Four da magia usada pelo mago na arena, mas os olhos desse animal eram perigosos, os olhos desse animal eram assustadores.
Ao encontrar a raposa eles começaram a caminhar, Shadowmere carregava duas adagas, duas espadas e o arco de Four, que carregava apenas o arco e suas flechas consigo. Eles caminhavam lentamente pois nenhum deles estava realmente satisfeito com o Sol de meio-dia que atrapalhava a visão e o desempenho de ambos.
- Eu não sei seu nome – disse Four, ele se deu conta de que a raposa deveria ter um nome pois ela era mágica, ou algo do tipo, então decidiu perguntar – aliás, você não sabe o meu! Eu me chamo Four, prazer.
- E eu me chamo Pie, prazer – respondeu ela. Four jurou que ela estaria corando, se não fosse pelo fato dela ser cheia de pelos no rosto.
- Espera, seu nome é torta? Por que você gosta de tortas? – Riu o elfo, ela o empurrou para o lado com apenas um sacudir de sua cauda.
- O seu é quatro, por algum acaso eu perguntei se seu nome é quatro por que você gosta de dar de quatro? Não, então cala essa boca – disse ela, envergonhada.
Four riu com a piada, ele gostou do temperamento da raposa, era um pouco fofo na verdade. Mas também lembrava um pouco uma mulher que ele conheceu um tempo atrás, uma mulher que ele amou.
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Problemas aqui e acolá
- C.2:
- Capitulo 2 – Problemas aqui e acolá- Estamos próximos a Torre Darklight – murmurou Four ao ver o semblante da torre distante. Com sua visão acostumada à passeios noturnos ele foi capaz de enxergar a torre tão rápido quanto a raposa, que apesar de ser uma criatura noturna não tinha a visão tão apurada na escuridão quanto o vampiro. Eles caminhavam lentamente e a preocupação começava a crescer, eles não marchavam pela estrada, tentando ao máximo contornar caravanas de bandidos ou de caçadores de vampiros e bestas selvagens.
- Essa torre é infestada de perigos para viajantes comuns, mas eu acredito que nós não teremos nenhum problema ao atravessar essa merda abertamente – disse Pie, que tentava espantar uma borboleta pousada em seu focinho. A raposa se jogou no chão tentando tirar o inseto, acabando por esmagar o mesmo.
Four olhou para Pie com certa descrença, o vampiro segue uma regra de não matar nenhuma criatura inocente, não importa o motivo (tirando a fome, claro. Four não é vegetariano, ele conhece o Ciclo da Vida). Mesmo uma pequena borboleta é sinal de vida, uma vida que ele foi impossibilitado de seguir diante a transformação macabra que o destino perpetuou a ele. Balançando a cabeça o Bosmer disse:
- Tente se controlar, a natureza só é bela quando outros seres podem admira-la – Pie fitou-o com certa ironia, levantou-se e correu a frente do vampiro. O elfo decidiu acompanha-la e ambos correram muito rápido em direção a torre. Shadowmere não se sentia disposto para correr atrás do casal, por isso continuou caminhando com calma.
- Quem disse que ela não pode ser bela sem ninguém ver? – perguntou Pie.
- Ninguém, mas ninguém também verá sua beleza, sendo assim ninguém saberá se é realmente belo ou não – contra argumentou Four que agora abria um sorriso, vampiros normalmente são criaturas cruéis e sedentas por carne e sangue, mas Four viveu sua vida no meio da floresta, mesmo quando ficou rico com a Arena. A transformação o fez mais brutal em batalha, mais rápido e ágil também, mesmo assim ele continuou admirando o mundo ao seu redor.
Pie fez um som esganiçado e fofo, pareceu um ronronar de um gato. Ela estava rindo, era novidade um vampiro obscuro que trabalha nas sombras das cidades ser tão amoroso com a natureza, apesar disso o entendeu, depois do problema que teve ela viveu nas florestas e campos, viajou tanto quanto qualquer humano vivo e caçou mais que qualquer pessoa. Ela entendia a ligação da natureza com a beleza e entendia o amor de Four para com o todo.
- Você é um Bosmer, eu tinha esquecido disso – riu ela – criaturas meigas, vocês.
- Até o momento que uma flecha parar entre seus olhos, meu amor – retrucou Four – Mas eu nunca cheguei a conhecer e viver com muitos de minha raça.
- Eu conheço sua história – respondeu ela, abaixando sua cabeça. Cinco anos após o fechamento dos portões de Oblivion um Bosmer acordou, ele não tinha nenhuma memória e só sabia fazer uma coisa: Sobreviver na floresta. Esse elfo havia acordado ao norte de Cyrodiil e viveu nas suas florestas por muito tempo, até ouvir boatos da Arena e se alistar, para ganhar dinheiro e viver da morte de outras pessoas que tinham seu mesmo proposito. Na Arena ele ganhou seu nome, Four.
- Não conhece, talvez um pouco, mas toda não – murmurou ele – e nem faço questão de contar-lhe – uma tristeza pairou no olhar sombrio do elfo, que parecia cheio de pesar e raiva. Ele avançou ainda mais rápido, a neve que se estendia abaixo de seus pés pouco atrapalhava o vampiro, que atravessava o campo em uma velocidade inigualável. A raposa emburrou-se e o seguiu.
A torre gloriosamente mostrava-se bela ao se erguer sobre as duas criaturas, eram ruinas tão maravilhosamente obscuras e belas que Four retraiu-se ao ver aquelas pedras. Olhou para a raposa, que mostrava-se cautelosa ao andar, ela farejava o ar. Alarmada ela olhou para a direita, onde uma pequena fenda abria passagem para alguma caverna escondida.
- Aranhas – murmurou, no mesmo instante em que três aracnídeas gigantescas pularam em cima do casal. Four rapidamente sacou seu arco e disparou uma flecha contra a aranha branca, que jogou um veneno tão grosso que imobilizou a flecha no ar. A aranha pulou contra o Elfo, quase o esmagando com seu peso descomunal, mas a raposa jogou o animal longe apenas com o movimentar de sua cauda. O rosnado foi tão terrível que Four ficou paralisado por alguns segundos, o esboço branco que o vampiro via se movimentar era assustador, a criatura era tão feroz com suas garras que duas das aranhas caíram mortas com apenas uma estocada. Foi quando a terceira, que tinha sido jogada longe, pulou em cima da raposa.
Four sacou uma de suas flechas e atirou, nem deu tempo de mirar na aranha pois ela estava quase encostando o ferrão nas costas de Pie, que se retorcia e rosnava constantemente. A flecha voou com tanta força que atravessou a aranha como se a mesma fosse papel, jogando-a longe e a atirando na terra, o projetil bateu na rocha da caverna e caiu no chão, quicando. O aracnídeo ainda estava vivo e aproveitando isso o elfo com suas próprias mãos agarrou as mandíbulas da criatura e as abriu, até tira-las do corpo da aranha, que guinchava e esperneava em dor.
- Obrigada – murmurou Pie, que se sentia absurdamente agradecida ao elfo – uma picada dessa aranha é mortal contra a maioria das criaturas vivas, muito obrigada mesmo.
- Foi por isso que eu embarquei nessa jornada – observou Four – você vai chegar até seu destino, Whiterun – sempre que o elfo mencionava a cidade ele se estressava, o fato dos cachorrinhos ainda estarem lá é um problema pra ele.
Quatro dias de caminhada se passaram, os viajantes não tiveram nenhum problema contra criaturas ou bandidos e agora avançavam um pouco mais rápido. Eles chegaram à uma bifurcação, o arco do vento. A estrutura era gélida e fria, lembrava muito túmulos nórdicos e provavelmente era um, mas os viajantes não estavam interessados, na verdade Four estava bastante inquieto e queria ir embora daquele lugar. Ele montou seu cavalo pela primeira vez e junto de sua companheira rumaram para norte.
Seguiram na base das montanhas e caminharam muito a partir dali, enfrentando muita neve e muitos perigos sem nem ao mesmo saber. Acabaram por se desviar do caminho e encontrar um acampamento Imperial. Four era amigo dos Imperiais, mas eles não puderam se revelar pois Pie chamaria muita atenção para si mesma, mas Four conseguiu roubar uma bússola, e eles continuaram a rumar para o norte.
Decidiram agora rumar para Riverwood, onde o elfo teria certo descanso, ele precisava de alguma mulher e estava irritado com a viagem. Quando chegaram na Vigia Skybound do Sul eles encontraram vários corpos de soldados mortos e saqueados.
- Eu tenho a pequena impressão de que existem alguns bandidos fuleiros por aqui – comentou Pie tranquilamente. Ela estava acostumada a ser atacada, por isso uma horda de bandidos não era problema, mas Four estava irritado e o Sol atrapalhava o desempenho do vampiro. Ele a olhou com certo rancor.
- Uma matança a essa hora do dia seria perfeito né? – murmurou o elfo. Que usava uma capa e cobria o rosto com um capuz escuro, apenas seus olhos eram visíveis, olhos em fúria. Ele precisava se alimentar, mas raramente o fazia pois considerava uma crueldade demasiada.
- Eu vou trazer alguns bandidos pra você – disse a raposa, alegremente.
- Normalmente eu recusaria mas... Que merda de Sol! – praguejou o bosmer – e traga vários, farei uma refeição completa.
A raposa saiu correndo a frente e em menos de vinte minutos voltou com cinco corpos, três homens de duas mulheres que estavam nus. O peito de cada um deles estava aberto, menos o de um dos homens, que tinha o pescoço arrebentado. Pie caminhava tranquilamente carregando eles em suas costas.
Após Four se alimentar eles voltaram a caminhada, tomando agora como caminho o rio que corta Skyrim e atravessa bem no meio de Riverwood. Agora o vampiro estava disposto, mas não estava nem um pouco afim de caminhar muito rápido, a Garganta do mundo estava lado a lado dos aventureiros e Four sempre sonhou em chegar ao seu topo. A raposa caminhava tranquilamente e fitava a estrada em seu caminho, até comentar:
- Eu acho que é hora de você conhecer minha história, pois eu não sou uma raposa desde sempre – Ela parou e olhou para o companheiro, que a observou com olhos sedentos por resposta e curiosidade, olhos de um ouvinte.
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Era uma vez...
Era uma vez...
- C.3:
- Capitulo 3 – Era uma vez...“- Senhor, você tem certeza que estamos fazendo o certo ao entrarmos nessa caverna? Muitas pessoas dizem que ela é amaldiçoada – murmurou a jovem de cabelos presos e ruivos que trajava uma armadura levíssima de batalha. Ela e seu irmão de escudo estavam indo em direção a uma antiga caverna, em Riverwood dizia-se que esse local era amaldiçoado por espíritos de crianças filhas de necromantes. Uma frio na espinha assombrou a jovem, que carregava consigo duas longas e finas espadas, muito parecidas com as espadas curvas dos Redguards.
- Pie, nós já acabamos com todos os tipos de maldições! – disse o velho, chamado Morgan. Pie pertencia aos Companions fazia menos de cinco anos, ela juntou-se com um velho guerreiro, o velhote tinha perdido seu irmão de escudo e desde então esteve fora de circulação, mas com a chegada da novata o brilho voltou aos olhos do velho – o dever dos Companions é acabar com o mal em Skyrim...
A voz do velho falhou ao olharem para a caverna que assombrava os viajantes, era uma rachadura enorme entalhada na pedra da Garganta do Mundo e passaria despercebida, se não fossem as gravuras e os adornos em suas bordas. Eram esqueletos de diversos tipos, estavam colocados de tal maneira que lembravam relações sexuais, isso sem dúvida alguma espantou os dois guerreiros.
- tenho certo receio ao me deparar com tal entrada – murmurou Pie, suas sardas espalhavam-se por todo o rosto da jovem garota, que corava abertamente – eu sei que é nosso dever, mas eu não consigo me livrar do medo.
- Pois ótimo, se não tivesse medo eu julgaria você uma idiota – comentou Morgan, abaixando sua cabeça. Seus longos cabelos grisalhos misturavam-se com sua enorme barba presa, ele tinha um ar superior à qualquer outro homem que Pie já tivesse conhecido, parecia uma divindade poderosa e bondosa, porem impiedosa. O homem levantou seu enorme machado e cravou na pedra, então o arrastou, arranhando toda a entrada do local, quando a lamina começou a chocar-se nos ossos, eles começaram a se espalhar pelo chão, caindo da parede.
- Você não está profanando o lugar? – perguntou Pie, um pouco assustada.
- Esse lugar já está completamente profanado, esses ossos não pertenciam ao local, olhe! Essas gravuras que estavam escondidas atrás dos cadáveres mostram bem a situação, são gravuras nórdicas, vê? – perguntou o velho, com um sorriso enorme no rosto.
Morgan entrou antes da garota, e chamou-a para vir. A atmosfera da caverna era assustadora, completamente escura e macabra, mas era completamente bem feita e moldada em baixo da pedra, pilastras gigantescas conectavam o chão ao teto do local, e goteiras faziam um barulho um tanto quando bizarro para Pie, que com os olhos arregalados tremia. A visão dos dois cada vez piorava por causa da escuridão local, chegou uma hora que caminharam em completo breu, o velho queimou uma tocha que carregava consigo para o caso de uma emergência do gênero. A partir daí a garota foi guiada por seu irmão durante todo o tempo, até mesmo sobre o relevo ele alertava ela para que não tivesse perigo de cair.
Já devia fazer mais de uma hora que os dois caminhavam naquela caverna, o suor gotejava do rosto de Pie, que praguejava contra o dever embutido a ela. Morgan também suava, mas não estava nem um pouco irritado, na verdade ele caminhava alegremente pela caverna, que era enorme, mas fazia um percurso reto.
Em certo momento, Pie não sabia dizer exatamente qual, o velho Morgan chocou-se em uma enorme porta pedra, ela estava entalhada da mesma forma que as gravuras profanadoras da entrada, então o velhote fez a mesma coisa, tirando-as enraivecido da passagem. Contudo a porta estava completamente fechada e nenhum dos dois sabiam o que fazer. No centro da porta havia uma enorme caveira entalhada, abaixo da caveira tinha um rio pintado de vermelho, parecia que sua agua subia em um turbilhão até a boca da caveira, que ostentava um olhar satisfeito.
Pie e Morgan sentaram-se, eles realmente não faziam noção de como passar pela porta. A garota suspirou e murmurou:
- Sabe, mesmo que houvesse uma maneira de passar por essa porta, provavelmente seria uma maneira bem bizarra! – Morgan fitou-a com preocupação.
- Concordo, poderia ser algo fácil de ser descoberto, algo que estivesse ao nosso alcance, ou que estivesse conosco o tempo inteiro – murmurou o velho – como essa ruina provavelmente é nórdica, a estatua deveria ser aberta com uma garra em formato de pata de dragão, mas como não tem nenhuma fechadura E foi profanada eu acredito que devemos oferecer alguma coisa a ela.
- Você tem razão – murmurou a menina, ela tentou focar a visão na porta e se deu conta de uma coisa – me dê a tocha! – exclamou ela, que encostou a tocha na parede e conseguiu ver pequenas gravuras:“Caminha com você
Acompanha-te como sombra
Cor rubro despenca
Na boca da caveira”
Pie não entendeu o que as palavras diziam, então apenas olhou para o velho, que estava um pouco alarmado, ele estava pensando. Após conectar todas as pontas da adivinha o velhote apenas abriu um largo sorriso, ele caminhou até Pie e estapeou seu ombro.
- Ridículo por não saber rimar e ser tão óbvio, a parede quer sangue – suspirou Morgan, olhando para a jovem, que arregalava seus olhos com tamanha estupidez.
- Pelos nove! HAHA estava tão claro – comemorou ela.
Morgan ofereceu-se para perder um pouco de sangue, então chegou na frente da parede e manchou a boca da caveira com a cor rubro do liquido. Durante alguns segundos a porta não fez nada e os dois guerreiros já abaixavam a cabeça desanimados, porem a boca da caveira se fechou, e a pedra que trancava a passagem começou a girar, abrindo passagem para os dois guerreiros.
Eles passaram pelo portal sem pensar duas vezes, fazendo com que seus olhos ficassem quase cegos com a luz que vinha da sala que eles invadiram. A caverna tinha cinco vezes mais tamanho que o salão principal da Guilda dos Guerreiros, não era só grande como também era assustadora, suas paredes eram brancas e lisas, e vários pilares dividiam o hall. No meio do grande salão havia uma poltrona com um encosto tão alto quanto um pinheiro, era liso e aterrorizante, ele estava virado para a entrada, e duas pessoas o compartilhavam.
Pie deu um grito de nojo e Morgan cambaleou para traz, dois elfos estavam ali, um era Dunmer, e o outro era High Elf. E elfo loiro brincava com o membro do Dark Elf, que estava nu e gemia de prazer, e assim eles ficaram até o momento que Morgan pigarreou, o Altmer sobressaltou-se, caindo para o lado, enquanto o Dunmer apenas levantou os olhos, sorrindo maliciosamente. Apesar de estar nu, não existia nenhum constrangimento no ar, ele sorria de uma forma que parecia ter avistado duas presas novas, duas criaturas para servirem de lanche.
- Ora, ora, ora – murmurou ele, sua voz era grossa e sensual, mas havia um certo tom no final de cada palavra, um tom de loucura – Eu estava curioso, já fazem horas que eu sinto o cheiro de cachorrinhos na minha moradia, mas eu não entendia a razão, já que eu nunca fui de adotar esses animais fedorentos – Ele se levantou suavemente, Pie e Morgan prepararam suas armas como se fossem pular em cima daquele elfo, mas ele apenas abriu um sorriso ainda maior – Desde que eu me mudei para essa caverna, os nórdicos não me deixam em paz! Eles pedem para que eu pare de profanar seus túmulos mas eles veem e profanam meu lar, como vocês são hipócritas!
- Você profana a entrada do tumulo saqueando os caixões dos antepassados de meu povo, você profana seu lugar de descanso com seu sexo, você profana minha visão com sua nudez! – urra Morgan, que corre na direção do elfo nu. O elfo se esquiva facilmente do machado do velho, e pula em direção a uma mesa que estava ao lado do trono.
- Eu sei, eu sei, é um ato um pouco louco, você n... – o Elfo subitamente para e mantem os olhos fixos ao nada, e logo ele abre um grande sorriso – hahaha! HAHAHA! Visitantes! Visitantes na toca do coelho! Hahahaha venham, venham, sentem-se em minha mesa e sirvam-se de minha comida! Hahahaha mentira! Hahaha, virem coelhos e sejam minha comida! Haha!
A mudança súbita na forma com o qual o Dunmer reagia ao ambiente assustou Pie, e fez ela dar um passo para mais longe, enquanto seu irmão de escudo rugia de raiva. Mas de nada adiantou aquele rugido, pois o louco tinha pego um cajado, nesse cajado estavam esculpidos três rostos que gritavam em pânico, nesse cajado uma luz rosa ardia fortemente, nesse cajado o desespero estava plantado, o desespero da loucura. E em um piscar de olhos o velhote era um coelho, um coelho que agonizava em baixo de um machado tão pesado que mesmo um ser humano comum não conseguiria levantar, o sangue do coelho se espalhava lentamente enquanto Pie assimilava o que havia acontecido, foi tudo tão rápido, nem deu tempo de gritar!
Uma lágrima saiu de seu olho naquele instante em que ela começou a rosnar e se preparar para atacar o elfo, pelos prateados começavam a nascer da pele da jovem guerreira, seus olhos agora assumiam uma coloração vermelha e assustadora. Ela começou a crescer até quase tomar forma de um lobo gigante e prateado, quase. O Dunmer apontou o cajado em direção a mulher, e um jato rosa a acertou.
Sua transformação continuou, mas agora de uma maneira diferente. Seu focinho estava ficando mais delicado, junto de suas patas que estavam mais finas e belas, até mesmo o seu pelo era mais espesso e mais fino. Ela sentiu suas orelhas crescerem para cima, e sua cauda crescer de forma espantosa, ela sentiu seu corpo virar o corpo de uma raposa.”
Four meditava silenciosamente quanto ao acontecimento de Pie, ele perguntou o que aconteceu com os dois elfos, mas ela disse que de nada sabia, ela apenas fugiu e correu o máximo que pode, pois estava abismada com o poder que eles tinham em mãos, quando ela falava isso seus olhos abriam-se como se estivesse louca e assustada. O vampiro fitou a jovem raposa, e a imaginou como uma linda nórdica com longos cabelos vermelhos, ele estava realmente entretido em imaginar a beleza dela, quando ela rosnou.
- Veja, estamos próximos a Riverwood! – ela estava animada, apesar de ter contado a história triste, era possível ver que ela desejava encontrar seus antigos amigos e poder conversar com eles, Four não podia mentir que não sabia como ela se sentia, pois ele sentia inveja, nunca mais pode ver seus antigos amigos em Cyrondiil sem ser caçado. Mas ele também estava receoso, como encontrar os antigos companheiros da jovem raposa sem alarmar toda uma cidade? E como fazer eles confiarem em seu pior inimigo? Pior... Como fazer ela confiar? Como se aproximar de Anne sem ser morto? Four não sabia, mas se aproximar de sua antiga paixão ascendeu uma chama no coração do Bosmer.
- Passaremos direto, não quero problemas com aquelas pessoas, elas me odeiam como se eu fosse um Daedra! – rosna Four, mas seu rosnado fora tão carente que Pie olhou para ele de canto de olho.
- Você está com muita pressa para chegar em Whiterun, sua vez de contar uma história! – disse ela, que agora começava a apressar o passo.
Four olhou para ela com cautela, ele franziu levemente as sobrancelhas e pigarreou. Ele não iria contar nenhuma história de sua vida para ela, apesar de estar compadecido com o pesar dela, não gostava que ficassem com o dele, então apenas sorriu.
- Histórias sombrias não devem ser contadas em dias tão alegres como estes, você está prestes a encontrar seus amigos após uma tortuosa viagem! Aproveite isso e sorria para o mundo, aproveite a natureza ao seu redor! – disse o elfo, agora sorrindo perante sua mudança de assunto.
- Tudo bem então, mas eu quero ouvir a história, você parece ser um elfo interessante apesar de tudo – murmura a raposa, que sai correndo na frente, novamente apostando uma corrida contra seu amigo vampiro.
Última edição por SenhorFour em Sex Fev 14, 2014 12:23 am, editado 3 vez(es)